O dólar avança e atinge R$ 6,19, apesar do novo leilão realizado pelo Banco Central; mercado reage à ata do Copom e à deterioração fiscal.
- turbonewsone
- 17 de dez. de 2024
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Atualizado: 19 de dez. de 2024
Ainda ontem, a moeda dos Estados Unidos atingiu seu valor mais alto, chegando a R$ 6,0942. O Banco Central tentou frear a alta, que acontece em meio à visão desfavorável do mercado em relação ao plano de redução de despesas apresentado pelo governo.

A cotação do dólar experimentou uma forte valorização nesta terça-feira (17), atingindo o patamar recorde de R$ 6,20. A instabilidade do mercado cambial, reflexo das preocupações com as perspectivas fiscais do país, motivou o Banco Central a adotar medidas mais enérgicas, com a realização de leilões diários de dólares desde o início da semana.
A cotação do dólar apresentou valorização de 0,36% ao meio-dia, negociado a R$ 6,1714. Paralelamente, o Ibovespa registrou alta de 0,41%, alcançando os 124.086,33 pontos. Diante da instabilidade cambial, o Banco Central realizou uma segunda intervenção no mercado, vendendo um montante total de US$ 2,015 bilhões, somando US$ 3,287 bilhões no dia. A decisão do Copom, que sinalizou deterioração das expectativas inflacionárias e maior atividade econômica, contribuiu para a volatilidade do mercado.
Na segunda-feira (16), a moeda norte-americana encerrou o dia em alta, atingindo um novo recorde histórico, apesar da venda de US$ 1,6 bilhão por parte do Banco Central em leilão matutino.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou nesta terça-feira a ata de sua última reunião, na qual atribui a recente alta da taxa Selic em 1 ponto percentual à valorização do dólar e às expectativas de mercado em relação ao novo arcabouço fiscal. O documento ressalta que as projeções dos agentes econômicos sobre a política fiscal influenciaram significativamente os preços dos ativos e as expectativas de inflação.
A reforma tributária, cuja votação na Câmara está prevista para as 14h00, é acompanhada de perto pelos investidores, que avaliam seus potenciais impactos na economia brasileira.
A apreensão dos investidores institucionais, neste pregão, concentrou-se nas incertezas em torno do cenário fiscal brasileiro. A proximidade do recesso parlamentar e a ausência do presidente Lula nas negociações, em decorrência de sua recuperação pós-cirúrgica, somam-se à questão do pagamento de emendas parlamentares, gerando dúvidas sobre a aprovação das medidas de ajuste fiscal até o fim do ano.
"A expectativa do mercado em relação à aprovação do pacote de ajuste fiscal é o principal motor da valorização do dólar frente ao real no momento", afirma João Duarte, sócio da One Investimentos. A aprovação das medidas de contenção de gastos é considerada crucial para a estabilidade da economia brasileira e para atrair investimentos estrangeiros.
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